Tendências, ameaças e oportunidades da indústria têxtil neste ano de 2022
É fato que o mercado têxtil, assim como tantos outros, foi afetado em função da pandemia da COVID-19. Segundo os números da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), só entre janeiro e maio de 2021, a produção têxtil aumentou em 36% em comparação com o mesmo período do ano anterior, mas o que esperar de 2022? Vem com a gente que vamos contar um pouquinho de como fica este mercado pra vocês!
E como foi 2021?
O mercado cresceu no ano passado, chegando a faturar R$ 194 bilhões e gerando 24,6 mil empregos. Isso fez com que o setor ficasse em 5º lugar no ranking mundial. Porém, esses números ainda estão muito aquém em relação ao ano de 2019, tanto no têxtil, quanto vestuário e varejo. A importação no vestuário teve um crescimento pequeno e não recompôs a perda que houve em 2020 em relação ao ano anterior.
Desafios do setor
Muitos setores têm enfrentado desafios com o aumento da mão de obra e matéria prima. O preço do algodão, por exemplo, umas das principais matérias-primas do setor, chegou a US$ 1,17 por libra-peso (1 libra-peso corresponde a 450 g) em janeiro de 2022, acima dos US$ 0,81 por libra-peso de janeiro de 2021. Este cenário não estava no radar do setor, que foca até então em alternativas tecnológicas para se destacar non setor pós pandemia. A energia e fretes internacionais são dois outros custos que cresceram muito, impactando muito o valor final da peça. Para se ter uma ideia, considerando que a maior parte da matéria prima que se transforma dentro do Brasil é importada, especialmente os produtos sintéticos, os impactos nos custos dos fretes são muito altos.
Enquanto o crescimento da produção deve beirar 1,2% (frente à 11,7% do ano passado), as vendas podem despencar de 14,5% para apenas 1%, ou seja, a previsão é de intensa desaceleração, conforme disse, nesta quarta-feira (19), o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel.
Os afastamentos de profissionais do setor em função da variante Ômicrom também são um fator em alerta pois impactam na produtividade do setor.
Fortalecimento internacional
Apesar de todos os desafios expostos anteriormente, a perspectiva deste ano ainda é de incertezas, mas uma coisa é fato: para o mercado têxtil, com receita anual de R$ 204,1 bilhões - um dos mais significativos para o PIB do país - o momento deve ser de preparo para o fortalecimento internacional. Isso ocorre, pois, muitas empresas do setor têxtil estão se beneficiando das exportações impulsionadas pela alta do dólar e sai à frente quem estiver mais bem preparado.
Neste cenário, é fundamental que o empresariado têxtil foque seus investimentos em inovação para levar a indústria à competitividade junto aos gigantes mundiais.
A ordem de 2022 é digitalizar
E de quais inovações estamos falando? De maneira geral, aquelas que garantem mais produtividade e qualidade na entrega.
Pontos de atenção para você, empreendedor:
1. Esteja atento à Indústria 4.0, que visa proporcionar o ganho no aproveitamento de insumos e a redução de custos com infraestrutura e abastecimento dos parques fabris.
3. Esteja atento às iniciativas sustentáveis, o que exigirá dos negócios maior controle de seus parques fabris no sentido de reduzir o desperdício sem afetar a qualidade produtiva.
4. Ouça e atenda as necessidades do seu consumidor, com iniciativas de customização em massa, modelagens mais aderentes ou resistentes
O que a impressão digital têxtil é capaz de fazer pelo seu negócio?
A impressão digital têxtil é capaz de melhorar as entregas aos clientes, reduzir o gasto de tintas e entregar resultados mais ágeis. A técnica substitui o formato manual e, por isso, permite a personalização em massa de produtos de moda.
As cores vivas geradas pelos processos de ancoragem permitem uma melhor fixação da tinta no tecido. Além disso, há vários fornecedores de pigmentos buscando desenvolver os melhores produtos.
Ainda traz mais sustentabilidade, pois gasta menos tinta e por fim, não podemos deixar de mencionar a agilidade, possível graças à automação de grande parte da produção, eliminando a lentidão de vários processos manuais.
Mercado têxtil e sustentabilidade
Um fator apontado como macrotendências para o próximo ano é o olhar mais crítico do consumidor frente às iniciativas sustentáveis, o que exigirá dos negócios maior controle de seus parques fabris no sentido de reduzir o desperdício sem afetar a qualidade produtiva.
Tudo isso com o apoio de soluções tecnológicas desenvolvidas de acordo com a rotina produtiva têxtil.
Tecnologias digitais e um mundo sem desperdício
A produção têxtil digital oferece vários benefícios. Como tecnologia, talvez seu maior atributo seja o fato de oferecer à indústria a capacidade de se adaptar às demandas do mercado - com agilidade e rapidez: com isso, todos os stakeholders reduzem o desperdício, sejam produtos ou recursos do planeta.
Ao escolher as tecnologias digitais, o comprador ou fabricante mantém o controle do fornecimento, aproveitando o poder do digital para estabilizar a cadeia de suprimentos e, ao mesmo tempo, fornecendo ao consumidor produtos inovadores que atendam à demanda do consumidor. Não é demais?
O papel da indústria é transformador e fundamental para o crescimento do país e, no Brasil, há muita capacidade de produção. O setor é resiliente e vamos superar, mas vão se destacar aqueles que se atentarem às novas tendências e acompanharem a movimentação do setor.